Conforme imagem de documento enviado pelo ministro Dino ao Governador Ibaneis do DF, ele tinha ciência de que ocorreriam manifestações no DF e poderia ocorrer atos de vandalismo.
O OFÍCIO Nº 48/2023/GM, disponível a seguir, é assinado pelo próprio Dino e enviado a Ibaneis na véspera do 8 de janeiro, em que cita o risco de ações hostis e danos às sedes dos Poderes
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, estava ciente do risco de ações hostis e danos às sedes dos Três Poderes por parte dos radicais bolsonaristas que tomaram a Esplanada dos Ministérios, no domingo 8 jan 2023.
Em ofício enviado na véspera ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, o ministro disse que havia sido informado pela Polícia Federal da “intensa movimentação de pessoas que, inconformadas com o resultado das Eleições 2022″, organizavam “caravanas de ônibus se deslocarem até Brasília/DF”.
“Segundo relatado, o referido movimento teria a intenção de promover ações hostis e danos contra os prédios públicos dos Ministérios, do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e, possivelmente, de outros órgãos como o Tribunal Superior eleitoral”, diz no documento.
Diante dos informes da PF, Dino pediu a Ibaneis que bloqueasse a “circulação de ônibus de turismo no perímetro compreendido entre a torre de TV e a Praça dos Três Poderes nos dias 8 e 9 de janeiro” e ressaltou que sua pasta permaneceria “monitorando o referido movimento”, encontrando-se “à disposição para emprego imediato em caso de necessidade”.
Diante disso, integrantes do primeiro escalão do governo Lula têm demonstrado incômodo pela forma como ministro da Justiça, Flávio Dino, tem conduzido o caso Anderson Torres.
Na terça-feira, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a prisão do ex-Ministro da Justiça. Desde então, Torres negocia uma rendição com a cúpula do Ministério da Justiça. A expectativa inicial era que ele se entregasse ontem; depois, houve dois novos adiamentos. Agora, Torres prometeu se entregar apenas no sábado.
Em coletiva realizada há pouco, Dino afirmou que se Anderson Torres não se entregasse no final de semana, ele iniciaria o processo de extradição do ex-ministro. Na visão de auxiliares de Lula, conforme apurou o Candangada, essa providência já é considerada tardia.
Na semana passada, Dino teve um enfrentamento com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Múcio foi considerado leniente pela ala mais radical do PT; agora, essa acusação começa a ser voltar contra Dino.
Leia a íntegra do Ofício:
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