Sargento do Corpo de Bombeiros é acusado de vender casas que não existem em Brasília

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Júlio Cesar Tomé de Paiva é 2º sargento do Corpo de Bombeiros do DF. Vítimas o acusam de vender imóveis que não existem.

O sargento Júlio Cesar Tomé de Paiva, membro do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), encontra-se sob acusação de ter perpetrado múltiplos golpes relacionados à comercialização de propriedades imobiliárias. De acordo com registros de diversas vítimas, o militar se apresentava como CEO de uma construtora e como corretor de imóveis, resultando em prejuízos que variam de valor, alcançando até R$ 70 mil.

Uma das vítimas mais recentes do esquema fraudulento é um colega de farda do sargento, que registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil do DF (PCDF) em junho deste ano. Segundo o relato, Júlio Cesar teria vendido uma propriedade inexistente em Samambaia, no ano de 2021.

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Com o tempo, a vítima começou a suspeitar que o dinheiro que ele havia usado para “adquirir” a propriedade provavelmente tinha sido desviado por Júlio Cesar para outros fins, uma vez que a propriedade em questão nunca foi entregue. Diante disso, a vítima decidiu buscar a intervenção policial e registrou o boletim de ocorrência.

Golpe no Valor de R$ 70 Mil
Essa mesma vítima relatou ao Metrópoles que havia adquirido um imóvel na planta, em Águas Claras, com Júlio Cesar, sem incidentes. Em 2021, o sargento entrou em contato com uma proposta de investimento em um negócio imobiliário em Samambaia.

Júlio chegou a fornecer informações detalhadas sobre o negócio, incluindo um projeto pronto para a obtenção do alvará e a contratação de uma construtora para a execução da obra.

A vítima e seu esposo foram convidados a visitar o escritório pessoalmente para uma explicação mais detalhada sobre o empreendimento. Lá, foram recebidos pelo sargento Júlio Cesar Tomé de Paiva, que se identificou como CEO da Arena Business e corretor de imóveis, apresentando diversos empreendimentos e oportunidades de negócios em andamento. A vítima, por razões de privacidade, optou por não se identificar.

O prazo de entrega do empreendimento estava definido para julho de 2022. O negócio foi concretizado em R$ 70 mil, divididos em um sinal de R$ 20 mil em 26 de março e mais R$ 50 mil em 30 de março, com pagamento via TED.

Contudo, meses se passaram sem notícias do progresso das obras. A partir de setembro de 2021, a vítima buscou recuperar o dinheiro investido no suposto imóvel vendido por Júlio Cesar, tentando negociações extrajudiciais por meses. No entanto, a cada contato, Júlio fornecia informações conflitantes. Finalmente, em junho deste ano, a vítima decidiu recorrer à Polícia Civil e registrar um boletim de ocorrência.

Condenações Anteriores
Em 2022, Júlio Cesar já havia sido condenado pela Vara Criminal de Águas por envolvimento em uma fraude. No processo, ele vendeu os direitos de um lote em Vicente Pires a um indivíduo que efetuou o pagamento de R$ 55 mil em uma única parcela ao bombeiro.

No momento da transação, o sargento assegurou ao comprador que a propriedade estava alugada e que o contrato de locação se encerraria em três meses. Após esse período, Júlio deveria repassar os valores dos aluguéis ao novo proprietário. No entanto, esse acordo foi cumprido por apenas dois meses, e Júlio desapareceu.

Por esse caso, o sargento foi condenado a 1 ano de prisão em regime aberto, mas o juiz substituiu a pena de prisão por restrições de liberdade e a obrigação de pagar R$ 55 mil à vítima.

Além disso, Júlio Cesar foi condenado a 4 anos de reclusão em regime aberto por crime contra o patrimônio alheio, de acordo com uma sentença da Vara de Auditoria Militar. Nesse processo, ele foi acusado por dois colegas bombeiros por ter vendido duas propriedades fictícias em Luziânia (GO) por R$ 32 mil.

O processo destacou que Júlio nunca havia sido o proprietário legítimo das propriedades que vendeu a seus colegas de farda, resultando em sua condenação.

Resposta do Corpo de Bombeiros
Em comunicado, o CBMDF informou estar ciente da situação e ressaltou que o militar já havia sido condenado em processos criminais tanto na justiça comum quanto na justiça militar, além de receber sanções administrativas. A corporação também enfatizou sua posição contrária a comportamentos inadequados em relação aos princípios de moral, ética e bons costumes.

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